Indios vão a Brasilia pedir por seus direitos

Índios acampam em Brasília para exigir direito a terra e água

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Mais de mil indígenas de todo o país acamparam na segunda-feira em frente ao Congresso para exigir direitos sobre terras, águas e minérios, reivindicações que podem ameaçar os planos do governo para a construção de usinas hidrelétricas.

Os ativistas, que ficarão acampados até sexta-feira, pretendem propor um novo estatuto indígena, que incluiria direito de veto sobre a atividade mineradora e controle sobre o uso de água nas terras dos índios. O governo já aceitou enviar um projeto de lei nesse sentido ao Congresso.

Por esse plano, os índios teriam mais autonomia administrativa e o direito a usar verbas federais para financiar a educação bilíngue, de modo a preservar sua cultura. A lei rejeitaria a gestão de recursos pelas autoridades ambientais onde os parques nacionais se sobrepuserem às terras indígenas.

O governo está disposto a apoiar o poder de veto sobre a mineração, mas não sobre o uso da água, por temer que isso inviabilize a construção de hidrelétricas, segundo Saulo Feitoso, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi, uma entidade católica).

Há quase 1 milhão de indígenas entre os 190 milhões de habitantes do Brasil, e suas terras representam cerca de 12 por cento do território nacional. Enquanto alguns povos ocupam enormes extensões da Amazônia, outros vivem amontoados em reservas mais semelhantes a guetos.

No acampamento em Brasília, líderes indígenas com pinturas e cocares reclamavam da representação política. "As leis nesta terra são feitas não por nós, mas para nós. Não colocamos esses políticos no Congresso", disse Romancil Kreta, dos povos kaingang.

Em meio à movimentação dos funcionários públicos de terno e gravata, índios seminus dançavam e cantavam agitando flechas, em meio às tendas de plástico preto. Outros, já incorporados à vida urbana, vestiam jeans, tinham penteados da moda e usavam tocadores de MP3 e câmeras digitais.

Nos últimos anos, os índios do Brasil têm defendido seus direitos fundiários com mais ênfase e buscado mais influência política. Muitos dirigentes empresariais os veem como um obstáculo ao crescimento econômico.

FONTE: Reuters
Foto do Memorial Indigena, Brasília

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